ALTAS HABILIDADES
SUPERDOTAÇÃO (AH/SD)
Conheça uma proposta de inserção de alunos AH/SD
em universidades e empresas
Quer saber mais? Mande um email para: altashabilidades2017uff@gmail.com


Interação
Escola-Empresa-Universidade
O Projeto de interação aqui descrito foi elaborado a partir de uma parceria estabelecida entre o Instituto Vital Brazil - IVB, a Universidade Federal Fluminense - UFF e o Colégio estadual Guilherme Briggs (CEGUIB) para atendimento dos alunos AH/SD.
O Projeto foi realizado no IVB em seus diversos Laboratórios, por meio da parceria estabelecida com a UFF através de seu Programa de Atendimento a Alunos com Altas Habilidades/Superdotação (PAAAH/SD) e o CEGUIB que integrou as ações do ensino regular e o desenvolvimento das potencialidades dos jovens/alunos com altas habilidades/superdotação.

O Projeto “Jovem Cientista do Instituto Vital Brazil – Um ICT Melhorando o Ensino de Ciências pela Estimulação de Novos Talentos em Escola Pública” foi submetido ao Edital da FAPERJ http://www.faperj.br/ N.º 31/2012, relativo ao Programa “Apoio à Melhoria do Ensino em Escolas Públicas da Rede Pública Sediadas no Estado do Rio de Janeiro – 2012” e atendeu vários alunos AH/SD.
Essa seção será dividida em partes que dêem acesso as informações mais importantes para o estabelecimento desta interação, buscando estimular outras ações como essa em outras escolas, empresas e universidades
Participantes da Interação
A EMPRESA
O Instituto Vital Brazil (IVB - www.vitalbrazil.rj.gov.br) é uma instituição de ciência e tecnologia do Governo do Estado do Rio de Janeiro ligado à Secretaria de Estado de Saúde. Ele é um dos 21 laboratórios oficiais brasileiros, um dos quatro fornecedores de soros contra o veneno de animais peçonhentos e produtor de medicamentos estratégicos para o Ministério da Saúde.
O IVB fica sediado na Rua Maestro José Botelho, 64, Vital Brazil, em Niterói e oferece atividades rotineiras e continuadas de formação profissional para alunos de escolas públicas parceiras por meio de projetos sociais.
Em 2012, a instituição quis realizar um novo projeto inovador para alunos superdotados do Ensino Médio. Aqueles alunos que gostavam de ciências, de pesquisa, de olhar no microscópio, de fazer testes em laboratórios, que adoram observar os animais e os seus comportamentos, os que gostam de falar sobre seus interesses científicos, os que apresentam vocação científica. O objetivo do projeto era oferecer oportunidade de iniciação científica por meio das atividades desenvolvidas nos diferentes laboratórios e setores do IVB. O ambiente científico era propício para os talentos acadêmicos vocacionados para as ciências permitindo a interação com a Universidade Federal Fluminense e o Colégio Estadual Guilherme Briggs.
A UNIVERSIDADE
A universidade Federal fluminense http://www.uff.br/ foi a universidade envolvida neste projeto porque tem um Programa de Atendimento a Alunos com Altas Habilidades/Superdotação (PAAAH/SD), (http://www.paaahsd.uff.br) e por ser próxima as duas instituiçãos de interação, a empresa e a escola.
O Programa de Atendimento a Alunos com Altas Habilidades/Superdotação (PAAAH/SD) foi criado em 1992 na Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF) e está vinculado ao Programa de Extensão Escola de Inclusão e ao Curso de Mestrado Profissional em Diversidade e Inclusão do Instituto de Biologia da UFF, localizada no município de Niterói, região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro.
O PAAAH/SD articula ações de ensino, pesquisa e extensão e seus objetivos podem ser categorizadas em diagnóstico, orientação a família e a escola, atendimento educacional especializado, aceleração de estudos, formação docente e pesquisa. O Programa é realizado com base na metodologia da pesquisa-ação, que busca soluções individuais e coletivas a partir da identificação das demandas sociais apontadas pelas famílias de alunos com altas habilidades/superdotação e alunos da UFF que procurem o programa para a formação docente.
A ESCOLA
O Colégio Estadual Guilherme Briggs (CEGUIB) está localizado na principal rua do Bairro Santa Rosa em Niterói, entre os bairros de Vital Brazil e Viradouro.
O CEGUIB foi criado pelo Decreto n° 1.361, de 09 de março de 1914 e desde 2015, passou a funcionar em horário integral (manhã, tarde e noite), com uma equipe voltada para a melhoria do ensino. Próximo ao Instituto Vital Brazil, o Colégio Estadual Guilherme Briggs atende à comunidade em idade escolar, moradora na Favela Zulu no Morro do Beltrão, e do Morro do Souza, ambas formadas por invasão de moradores, com população classificada abaixo da linha da miséria, sob risco de rolamento de rochas e com histórico de violência na região.
Trata-se de uma unidade escolar estadual que desenvolve programas educacionais com vistas a apoiar os alunos que vivem inúmeras adversidades sociais decorrentes da pobreza para uns, da miséria para outros, do desemprego dos pais, da desestruturação familiar, falta de motivação, entre muitos outros.
Fases de Execução do Projeto de Interação
1ª. Fase – Processo de Seleção: identificação dos alunos com altas habilidades/superdotação vocacionados para ciências da saúde - Testes psicológicos (Escala Geral das Matrizes Progressivas de Raven, e Minhas Mãos de Helena Antipoff) aplicados em todos os alunos do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Guilherme Briggs;
A) Os jovens que obtiverem como resultado no teste o percentil maior ou igual a 90 - independente da área de habilidade, continuarão a participar do processo de seleção;
B) Os professores descreverão os alunos selecionados nesta etapa pela Lista de Base de Indicadores de Superdotação: parâmetros para observação de alunos na sala;
C) As famílias serão convocadas para entrevista para autorização de participação e levantamento de precocidades;
D) Análise do Historio Escolar- não pode haver repetência de ano;
E) Prova de Conteúdo Escolar para balizar o nível de conhecimentos dos alunos;
F) Resultado final do processo de seleção
2ª. Fase - Projeto Jovem Cientista
A) Inclusão nos Laboratórios da empresa ou da Universidade na área de talento ou de interesse;
B) Promoção da integração do jovem com os demais integrantes do laboratório;
C) Inclusão na elaboração de um novo projeto científico ou em algum já em andamento;
D) Acompanhamento do seu desenvolvimento nas atividades científicas planejadas;
E) Avaliação processual do desempenho nas atividades de iniciação científica júnior;
3ª. Fase - Curso de Capacitação para Professores do Colégio Estadual Guilherme Briggs
A) Visita aos Laboratórios do Instituto Vital Brazil;
B) Curso de Atualização sobre Ciências da Saúde para os professores de ciências (Biologia, Física, Matemática e Química) do Colégio Estadual Guilherme Briggs;
C) Planejamento da I Feira de Ciências da Saúde do Colégio Estadual Guilherme Briggs;
4ª. Fase - Equipar o Colégio Estadual Guilherme Briggs com materiais necessários para a realização da I Feira de Ciências da Saúde
A) Levantamento dos materiais necessários para a realização da I Feira de Ciências da Saúde do Colégio Estadual Guilherme Briggs;
B) Compra dos equipamentos;
C) Organização dos equipamentos para uso de todos os alunos do Colégio Estadual Guilherme Briggs;
5ª. Fase – Divulgação Científica
A) Organizar com os professores e alunos jovens talentos do Colégio Estadual Guilherme Briggs a I Feira de Ciências da Saúde;
B) Acompanhar os alunos jovens talentos na realização dos experimentos e exposições na área das ciências da saúde durante a I Feira de Ciências da Saúde
C) Acompanhar os alunos jovens talentos na realização dos experimentos e exposições na área das ciências da saúde durante a Agenda Acadêmica da UFF e na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia em 2013;
D) Aplicar uma ficha de avaliação do desempenho dos alunos jovens talentos como mediadores de ensino junto aos seus colegas, familiares e a comunidade.
Metodologia e Documentos utilizados no Projeto de Interação
Equipe de Trabalho
Constituída por profissionais das três instituições parceiras, que foram desde os profissionais vinculados aos grupos de pesquisa de cada líder vinculado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, doutores e doutorandos aos professores da escola parceira , o CEGUIB.
Identificação dos AH/SD
A identificação das altas habilidades ou superdotação foi feita pela aplicação coletiva de um conjunto de instrumentos psicológicos: Raciocínio Lógico-Abstrato, Fluência Verbal, Indicadores de Superdotação em Sala de Aula, Entrevista com a Família para Identificação de indicadores de precocidade, interesses e registros da trajetória escolar e de vida de cada estudante, Históricos Escolares. Para a avaliação do raciocínio lógico-abstrato foi utilizada a Escala Geral das Matrizes Progressivas de J. C. Raven, da Universidade de Dumfries, Escócia, padronizada e publicada pela primeira vez em 1938. (BANDEIRA; ALVES; GIACOMEL; LORENZATTO, 2004). Este teste se baseia na teoria bifatorial de Charles Spearman que defende quea inteligência é constituída de dois fatores: o fator “g” (geral) e o “e” (específico). As Matrizes avaliariam o fator “g”. (ANGELINI; ALVES; CUSTÓDIO; DUARTE; DUARTE 1999, p. 5), o raciocínio lógico-abstrato. São considerados alunos com altas habilidades ou superdotação aqueles que apresentam percentil maior do que 95 na aplicação em tempo livre.
A avaliação da fluência verbal foi feita com um teste brasileiro em caráter experimental, por não estar ainda listado como Favorável pelo Conselho Federal de Psicologia.[1] Chamado “MM” ou “As Minhas Mãos”, trata-se de um teste criado pela psicóloga russa Helena Antipoff, que publicou os resultados iniciais em 1943. O objetivo do MM é avaliar a fluência verbal e a capacidade de comunicação escrita. Trata-se de uma redação com o título “As Minhas Mãos”. Segundo Antipoff (1975), o MM permite conhecer o aluno quanto a personalidade, aptidões e interesses. A avaliação consiste em anotar o tempo que cada aluno levou para escrever a redação, contar o número de palavras escritas e dividir o número de palavras pelo tempo para encontrar-se o índice de fluência verbal.
A Lista Base de Indicadores de Superdotação – Parâmetros de Observação na Sala de Aula (DELOU, 2014) – escala do tipo lickert que apresenta duas formas: Grupal e Individual para indicação de alunos que apresentam comportamentos de superdotação na sala de aula. A Lista apresenta 24 itens Solicitou-se que os professores respondessem uma ficha para cada aluno para avaliar os alunos indicados por se tratarem de comportamentos escolares, que todo professor pode observar em sala de aula pela alta frequência com que aparecem. Espera-se que o aluno apresente pelo menos 18 indicações na categoria SEMPRE.
A Entrevista com a Família para Identificação de indicadores de precocidade, interesses e registros da trajetória escolar e de vida de cada estudante. Ela deve ser respondida por quem acompanhou o crescimento e o desenvolvimento da criança. Se necessário, deve-se consultar os álbuns de família aonde a mãe registrava os comportamentos do bebê.
O Histórico Escolar foi analisado por representar o documento oficial escolar de demonstração do aproveitamento dos alunos regularmente matriculados na escola por disciplina. No Histórico Escolar são registradas as aprovações e reprovações por notas ou por frequência. E são eles que refletem a percepção dos professores sobre os alunos já que as notas e conceitos registrados nos Históricos Escolares, regra geral, não representam valores brutos. Tais valores reúnem tanto a avaliação quantitativa obtida em prova e testes como uma apreciação subjetiva dos professores sobre cada aluno. É quando alunos que tiveram alto desempenho nas provas e testes vêem suas notas serem rebaixadas. Esta análise mostra de que modo subjetivo os professores avaliam os seus melhores alunos.
Foram realizadas reuniões, capacitações e eventos com a participação de professores do CEGUIB e todos os responsáveis tomaram ciência do projeto, seus objetivos, metodologia, inclusive sobre as bolsas de iniciação científica, disponíveis: 04 (quatro) Bolsas Jovens Talentos/FAPERJ, (FAPERJ, 2016) decorrentes do projeto aprovado pela FAPERJ no Edital FAPERJ N.º 31/2012, referente ao PROGRAMA “APOIO À MELHORIA DO ENSINO EM ESCOLAS PÚBLICAS DA REDE PÚBLICA SEDIADAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – 2012”. Cada responsável assinou um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Com isso o projeto deu – se inicio no ano 2013 e os estudantes selecionados receberam bolsas de estudos do Programa Jovens Talentos da FAPERJ e da UFF complementadas pelo IVB para que os valores financeiros não fossem diferentes. As atividades foram mediadas por estudantes universitários do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da UFF, bolsistas PIBID e participantes do Programa Novos Talentos da CAPES e alunos do Curso de Mestrado Profissional em Diversidade http://www.cmpdi.uff.br/ e Inclusão do Instituto de Biologia da UFF. A partir de então formou-se o grupo final com os dezesseis (n=16; 48,5%) alunos que cumpriram todas as etapas do projeto e correspondiam aos critérios estabelecidos. Foram desligados do programa o total de dezessete alunos (n=17; 51,5%), por motivos diversos: ausência dos pais à reunião (n=6; 18,2%) e onze alunos (n=11; 33,3%) porque a área científica não constava entre os seus interesses. Todos os alunos foram identificados em situação de vulnerabilidade social, extrema pobreza e as famílias demonstraram maior interesse para que os filhos iniciassem logo a trabalhar.
O primeiro grupo de alunos bolsistas Jovens Talentos FAPERJ foi constituído de quatro alunos: um rapaz (n=1; 6,25%) e três moças (n=3, 18,75%) que fizeram a opção de pesquisa na UFF. Uma das alunas desse grupo foi a aluna indicada pelos professores, sem indicadores na testagem e na avaliação de desempenho escolar a fim de ser melhor observada e acompanhada durante a pesquisa. Os demais alunos (n=12; 75%) foram inscritos no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica no Ensino Médio do CNPq-2013 (PIBIC-EM), oferecido pela UFF.
Cada aluno selecionado foi encaminhado para quatorze (n=14) laboratórios diferentes e previamente contatados, distribuídos entre o IVB e a UFF, de acordo com as áreas de interesse de cada aluno. Os interesses foram identificados a partir da apresentação que os Técnicos e/ou Responsáveis de cada Laboratório que fizeram na forma de palestras no IVB.
Avaliação do Projeto de Interação
A avaliação das atividades desenvolvidas foi feita com um questionário elaborado com perguntas abertas e foi aplicado aos alunos incluindo as seguintes perguntas:
“O que o projeto mudou na sua vida acadêmica?”
“Qual é o seu talento?”
“Como era sua relação com a escola antes do projeto e agora?”
“Como você vê o projeto na escola?”
“Como foi ter uma feira de ciência de modo acadêmico na escola?”
“Você pensa em fazer algum curso superior? Qual?”
"Você já pensavam em fazer curso superior antes do projeto?