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Histórico

COMO SURGIU A IDEIA DESSE SITE DE DIVULGAÇÃO DA INTERAÇÃO ESCOLA-EMPRESA-UNIVERSIDADE EM PROL DO ALUNO AH/SD ?

 

  Como uma pessoa apoiada por um sistema de suporte que estimulou minha formação e desempenho acadêmico, junto com minha orientadora de meu mestrado, fiz do meu projeto no Curso de Mestrado profissional em Diversidade e Inclusão na Universidade Federal Flumiense uma oportunidade de contribuir para outros alunos com as mesmas necessidades educacionais especiais que eu.

  Reconhecendo o papel do projeto Jovens Talentos em minha vida sociocultural, registro que não fosse ele, provavelmente, eu não teria cursado e não teria finalizado a Faculdade de Psicologia, tão pouco ingressado em um curso de mestrado.  Assim como eu, muitos jovens, alunos de colégios públicos, poderiam ter acesso ao projeto Jovens Talentos e a outros, financiados com verba de orgãos de fomento de pesquisa. Assim, esse site foi feito por uma ex-aluna AH/SD para atender outros alunos AH/SD e proporcionar acesso a propostas que possam oferecer a esse público a atenção necessária ao seu pleno desenvolvimento. 

Contando a minha estória
classes

   Minha trajetória escolar revela motivações e realizações de alguém que tinha tudo para não estar aqui criando este espaço. Na infância morava com minha mãe  e minha irmã. Minha mãe só estudou até a 7ª serie. Trabalhava como doméstica e não tinha tempo para ficar comigo. Não me auxiliava nos estudos e quem cuidava de mim era minha irmã. Contudo, para minha irmã estudar eu tive que ir logo para a escola. Perto de casa, o Educandário JECSA me recebeu aos 5 anos e me ensinou a ler, a escrever e a contar. Aos 6 anos, fui para a escola pública. Matriculada na Classe de Alfabetização (CA) do Ciep 309-  ZuzuAngel, localizado no bairro Arsenal, em São Gonçalo. Fui obrigada a frequentar uma classe cujos objetivos eu já dominava. A alegação era de que não podiam fazer a aceleração de estudos por causa da idade.

   Uma professora muito atenta percebeu meu comportamento que, embora quieto num canto, terminava todas as atividades mais rapidamente do que os demais alunos da turma e, não tendo nada mais para fazer, ficava entediada, aguardando a próxima atividade. Esta professora era a professora Kátia, do CA. Comprometida com o desenvolvimento dos alunos, ela pediu à professora da 1ª série, Karla, para que eu ficasse nesta sala de aula fazendo atividades mais avançadas. Assim, voltei a demonstrar gosto pela escola. Durante um ano fiqueimatriculada no CA, estudando no primeiro ano. Depois disso, veio o esquema de turma forte e fraca, o que acabou me ajudando na adaptação escolar, pois fui sempre colocada nas turmas fortes.

    Na 5ª série, ao término do primeiro segmento do ensino fundamental, fui transferida para a Escola Estadual Dalila de Oliveira Costa, e realizei a 5ª e 6ª série. Por influência da minha irmã, fui transferida para o Colégio Estadual Doutor Adino Xavier, onde estudei até o final do Ensino Médio. Nesta época as relações interpessoais assumiam caráter fundamental na minha vida e me proporcionaram muitas amizades e adaptação social em diversos contextos. A inserção social se tornou algo tão forte que chamava a atenção de todos os professores.

    Em 2007, surgiu a oportunidade de conhecer o mundo acadêmico. Quando cursava o 2º ano do Ensino Médio, fui indicada pela professora Graça, de Português, para participar de um programa da FAPERJ (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro). O programa era o “Jovens Talentos”, uma bolsa de iniciação científica júnior destinada a “estudantes do ensino médio público que tenham interesse e potencial para atuar em atividades de pesquisa em ciência e tecnologia. (FAPERJ, 2016a). A justificativa da professora ao me indicar se baseou na habilidade de comunicação, especificamente na expressão oral e não nas notas escolares que eu apresentava.O Programa Jovens Talentos “visa estimular a formação científica e identificar vocações, contribuindo para a difusão do conhecimento, desmistificando a ciência e articulando pesquisa e ensino.” Eu escolhi a área da Educação na Universidade Federal Fluminense (UFF) e tive a orientação de uma pesquisadora, como previsto no Programa.  (FAPERJ, 2016). Eu fui a primeira de mais cinco alunos que vieram nos anos seguintes.

    Essa experiência de formação acadêmica me permitiu, precocemente, participar de congressos, seminários e jornadas científicas. Aluna do Ensino Médio e sob a supervisão da minha orientadora escrevi, inscrevi e apresentei trabalhos científicos em público. Em 2008, participei do VII Encontro do Conselho Brasileiro para Superdotação (ConBraSD) e lá assumi a liderança na apresentação final no Encontro de Crianças e Jovens Superdotados do evento. Além disso, tive oportunidade deconviver no espaço da universidade pública, tendo acesso a todas as oportunidades criadas no âmbito da educação inclusiva.

     Na Universidade Federal Fluminense - UFF, adquiri experiência na gestão de outros projetos e programas como o da Escola de Inclusão. Trata-se de um programa de extensão que oferece oficinas de Braille, Libras, Materiais Acessíveis, Tecnologia Assistiva e Robótica, para a formação de alunos dos cursos de licenciaturas trabalharem com alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Toda essa vivência me incentivou e despertou o interesse em fazer um curso de formação superior. Esse interesse só surgiu após a participação no Projeto Jovens Talentos, uma vez que antes disso, a experiência social que eu acumulava me levava a fazer um curso técnico de Enfermagem.

Tomada a decisão, no ano de 2008 comecei a estudar Psicologia nas Faculdades Integradas Maria Thereza (FAMATH). Em 2013,colei grau após a apresentação da monografia “A Importância Da Escola No Reconhecimento E Estímulo Ao Talento Dos Estudantes”, sob a orientação da Dra. Denizede Aguiar Xavier Sepúlveda, docente das Faculdades Maria Thereza (FAMATH). Reconhecendo o papel do projeto Jovens Talentos em minha vida sociocultural, registro que não fosse ele, provavelmente, eu não teria cursado e não teria finalizado a Faculdade de Psicologia. Tão pouco ingressado num curso de mestrado. Assim como eu, muitos jovens, alunos de colégios públicos, poderiam ter acesso ao projeto Jovens Talentos e a outros, financiados com verba do CNPq (2016), com vista a garantir “acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo as capacidades de cada um.” (BRASIL, 1996, V).

     A iniciativa inovadora da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro - FAPERJ, em 1999  serviu de modelo para incentivar outras instituições responsáveis pelo desenvolvimento da pesquisa no Brasil criassem novos projetos direcionados aos alunos das escolas públicas de ensino fundamental e médio. E a divulgação destas iniciativas visa mostrar o quanto os alunos identificados com altas habilidades ou superdotação podem ser incentivados a utilizar suas potencialidades e vocações (http://www.faperj.br )

    Este site partiu de um projeto criado para responder ao edital “Apoio à Melhoria do Ensino em Escolas da Rede Pública Sediadas no Estado do Rio de Janeiro” da FAPERJ, atendendo a uma demanda criada pelo Instituto Vital Brazil (IVB) para o Programa de Atendimento a Alunos com Altas Habilidades/Superdotação (PAAAH/SD), da Universidade Federal Fluminense,a ser aplicado no Colégio Estadual Guilherme Briggs. “O Instituto Vital Brazil é um dos laboratórios oficiais existentes no Brasil. Atende a todo o setor público, com a produção de soros e medicamentos de uso humano. Realiza estudos e pesquisas no campo farmacêutico, biológico, econômico e social.” (IVB, 2016). Desta forma, o IVB apoiou o projeto‘‘Projeto Jovem Cientista do Instituto Vital Brazil – Um ICT,[1] Melhorando o Ensino de Ciência pela Estimulação de Novos Talentos em Escola Pública”, submetido a FAPERJ, com a finalidade de criar uma bolsa de iniciação científica para alunos de ensino médio, com altas habilidades e vocação científica, oriundos de uma escola pública, para estimular as potencialidades de Jovens Cientistas e garantir a inserção social por meio do ingresso em cursos de ensino superior.

     O estudo foi realizado com o consentimento de todas as instituições envolvidas e os alunos Jovens Cientistas selecionados exerceram papel de bolsista de iniciação científica. O produto final foi este site para divulgação online de como foi feita a relação escola-empresa-universidade em prol dos alunos AH/SD.

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